terça-feira, 20 de setembro de 2011

PJ Harvey

Ao elaborar esse texto, nem sei por onde começar, pelo tamanho talento que essa artista inglesa possui, mas vou tentar resumir de maneira clara o que essa artista tem a nos oferecer dentro da música. PJ Harvey, a Polly Harvey Jean, apesar de não ser muito conhecida pela mídia, mas tem um grande reconhecimento pela mídia especializada, digo aquela mídia que tem objetivo de mostrar o que há de melhor no outro lado do mundo da música, sem nada de enlatados. Sua carreira musical se iniciou no começo da década de 90, fazendo um rock alternativo com o mesmo foco de bandas como The Pixies e Sonic Youth. Dry, seu primeiro álbum de estúdio gravado em 1992, de fato um ótimo disco, deu início a carreira que mais tarde se tonaria brilhante. Rid of Me, segundo disco, de 1993, deixou claro o teor de composição, ou seja, a capacidade de elaborar letras e arranjos. Destaque para faixa título “ride of me” (minha preferida), que abre o disco de maneira estupenda e arrepiante, e a linda “legs” (de chorar, no bom sentido).

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Ano 1995, Bring You My Love, que pra mim seria uns dos maiores registros já gravados na década de 90, é um disco bem diferente dos dois primeiros, foi nele que Polly mostrou aos críticos que veio trazer algo novo dentro da música, não querendo ser enfadonha. “Meet Ze Monsta”, “c'mon Billy”, “Long Snake Moan”e a sensacional  “Down By The Water”, resume-se o conteúdo que esse grande clássico possui.
Ano de 1996, Dance Hall At Louse Point, em parceria com John Parish (compositor, produtor e multi-instrumentista (que mais tarde se tornaria um grande parceiro), o álbum explora uma tendência mais clássica, com toques de jazz, folk e o blues dos anos 60, foi um álbum que Polly sempre sonhou em gravar, pois contém elementos da música dos anos 60, uma de suas paixões. Destaque para “Rope Bridge Crossing”, um blues clássico, “That Was My Veil”, tocada só no violão, coisa linda, com uma voz doce e “rastada”, sensacional; “Civil War Correspondent” é uma das músicas que eu mais curto da cantora, diria que é uma das melhores composições já feitas por ela; “Is That All There Is”, a mais sessentona do álbum, me lembra Janis Joplin, principalmente na linha vocal, como eu disse anteriormente sobre a música dos anos 60, algo parecido como umas maiores artistas que já existiu não poderia ficar de fora.

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Is This Desire?, quarto álbum, de 1998, com canções mais elétricas, bem trip hop, quem curte Portishead ou Hooverphonic (como eu) vai gostar muito desse álbum, é um dos que eu mais aprecio. Em uma entrevista que li, Polly disse que “Is this Desire?” foi o disco mais “responsa” da sua carreira e também o mais difícil. Como de praxe, vai destaque de algumas músicas: “Angeline”, abre o disco lindamente, música pra se ouvir mais de uma vez, perfeita, em seguida “The Sky Lit Up”, um tapa, massa! “My Beautiful Leah”, outra que merece destaque, pois, como eu disse, quem curte Portishead ou Hooverphonic, vai simpatizar muito! É bem característico. Enfim, procure esse disco e baixe!
Voltando com um rock mais alternativo, Stories from the City, Stories from the Sea, de 2001, álbum que mais remete os dois primeiros, o mais famoso e um dos mais vendidos, principalmente nos EUA. “Big Exit”, abre o disco com uma canção bem rock n´roll, e a “Good Fortune”, música mais famosa, por incrível que pareça foi à primeira música que ouvi da PJ, tocou muito na MTV em meados de 2000. “Beautiful Feeling”, é uma das canções mais bonitas, a voz está de arrepiar, sem falar os arranjos. “The Mess We're In”, uma canção com a parceria de ninguém menos que: Thom Yorke, frontman do Radiohead, parece que foi feita exclusivamente pra ele, linhas de vocal bem radioheadianas. Pra finalizar, destaco também a marcante “You Said Something” e “This Is Love”, pedrada, bem empolgante, com um riff tradicional e pesado.
Uh Huh Her, de 2004, não tão diferente dos trabalhos anteriores, mas há um detalhe: foi produzido pela própria Polly. “Shame” é uma das faixas que me chama mais atenção, simples e com uma melodia marcante, linda por sinal, “Pocket Knife”, eu diria que é a mais diferente de todo álbum, acho meio “folclórica”, tipo aquelas músicas européias medieval, já “The Letter”, é uma música que poderia estar em um de seus primeiros discos, bem anos 90. “No Child Of Mine”, canção pequena e grudenta, e, em seguida, “Cat On The Walk”, ótima também. Uh Huh Her, não é um álbum ruim, digo que é um disco mais de canções já prontas, ou seja, canções que se encontravam guardadas. É a sensação que o álbum passa.
White Chalk, de 2007, é pra mim um dos mais importantes. Diferente de tudo o que ela fez até então, soa estranho. Saindo daquela sonoridade mais rock, sem guitarras... Isso mesmo, o problema é que não há guitarras nesse álbum, às músicas foram todas feitas com arranjos de piano e o uso de novos instrumentos, como a harpa. Para alguns críticos e fãs, esse álbum não é o mais belo da carreira de PJ, e também não tão ruim, porem, eu digo que é ótimo, com canções atmosféricas e melodias sombrias. Aqui vai algumas que eu destaco como as melhores: “The Devil”, “Dear darkness”, “When under ether”, a faixa título “White chalk” (muito obscura) e “To talk to you”.
A woman a man walked by, gravado em 2009, traz de volta John Parish, no entanto, tem sua maior contribuição, pois todas às músicas foram feitas por ele e às letras por Polly. Esse é um trabalho divertido, digo também que não é um álbum de fato da PJ Harvey, e sim uma parceria com o já mencionado John Parish e o segundo desde 96, Dance Hall At Louse Point. Realmente não soa como um álbum da PJ, analisando os álbuns anteriores é bem diferente em termos de arranjos, mas a temática lírica e poética ainda permanece. “Black Hearted Love” é o que abre o álbum, uma ótima canção, mas em seguida vem a “Sixteen,Fifteen,Fourteen”, bem diferente, aqui percebe a mudança e o uso de novos instrumentos não convencionais em sua carreira, que mais tarde refletiria em outras obras.
Let England Shake, o mais recente da carreira é um dos mais vendidos da história da PJ... Liricamente um álbum conceitual, que narra à Inglaterra devastada por guerras e problemas sociais. Em sua musicalidade, Let England Shake é simples, mas às músicas esbanjam arranjos com personalidade, raro hoje um artista soar tão original como a PJ Harvey. Eu poderia destacar todas às músicas aqui, pelo simples fato de não conter nenhuma faixa que eu não goste, mas destaco pelo menos uma: “The Last Living Rose”, a primeira que ouvi desse álbum, fui obrigado a baixar o clipe e ficar ouvindo toda hora até o álbum chegar em minhas mãos. Só isso já bastaria o que esse álbum tem a oferecer, como foi dito em poucas linhas e digo mais, que Let England Shake é um dos que eu mais ouvi em 2011 e um dos mais lindos da história da música, sem exageros.

Veja o video da musica In the dark places:

Myspace
Site oficial

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